Pavimento permeável pode minimizar enchentes

Já existem no mercado poderosos revestimentos que ajudam a evitar enchentes: são os pavimentos permeáveis. Essas coberturas, quando utilizadas corretamente na área externa da casa, permitem a absorção quase que total da água, evitando a formação de poças e impedindo que a água retorne à superfície.

Como funciona

O pavimento permeável consiste em uma camada superficial de rolamento, aplicada sobre camadas de materiais de alta porosidade, capazes de reter água. Os benefícios ambientais vão além de abastecer os lençóis freáticos e evitar alagamentos. Esse sistema funciona como um filtro (da mesma forma que a terra durante o processo natural) e retém na superfície as impurezas e substâncias tóxicas presentes na água. Ele também diminui a pressão dos sistemas de esgoto em áreas urbanas onde toda a água e resíduos precisam escoar durante uma chuva forte. Ele também auxilia no controle de inundações e da poluição. Entretanto, os custos, às vezes, são extremamente altos. Escavar ruas e substituir o concreto não são tarefas simples. O ideal é começar o processo de planejamento de permeabilidade durante a fase de planejamento de um projeto.

Esta técnica, que pode minimizar ou até acabar com as consequências negativas geradas pelas enchentes, tem um único malefício: “pesa no bolso” dos governos. A instalação de todo o sistema custa 25% a mais do que o asfalto comum.

Os cuidados na instalação

Os revestimentos permeáveis podem ser instalados sobre qualquer solo que se tornou impermeável. No entanto, para obter o efeito desejado, é preciso antes preparar o terreno, colocando algumas camadas de brita e areia. Não adianta instalar o pavimento permeável diretamente sobre cimento ou asfalto, pois ele não conseguirá absorver corretamente a água da chuva, tendo em vista que não haverá espaço para seu armazenamento, nem a possibilidade de escoamento posterior para as galerias subterrâneas.

Outra vantagem dos revestimentos permeáveis é a ligação à sistemas de armazenagem de água, permitindo que todo o líquido absorvido durante a chuva possa ser tratado e utilizado posteriormente em casas e residências. Assim, o reaproveitamento da água poderia ser feito de forma simples, evitando seu desperdício e ajudando famílias a economizar um pouco mais.

Tendo em vista a crescente utilização dos pavimentos permeáveis, as fábricas tem investido bastante no design dos produtos, que já podem ser encontrado em variadas cores e formatos, contribuindo bastante para o embelezamento de calçadas e jardins e tornando as casas mais eficientes e sustentáveis.

Apesar de todos os prós ainda existem ressalvas, segundo o engenheiro da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras Afonso Virgilis o pavimento permeável não é indicado para ser usado nas ruas de grande movimento, já que não é resistente ao tráfego pesado e repetitivo dos veículos. Por esse motivo, a ideia é de que o pavimento permeável seja utilizado em áreas de estacionamento.

Virgilis destacou que o pavimento permeável não é a solução para todos os problemas de alagamento em São Paulo. Segundo ele, as áreas críticas onde há enchentes costumeiras necessitam de outras medidas. O pavimento permeável, entretanto, pode ajudar a evitar que a água desça para esses locais que costumam ser mais baixos. Ele disse ainda que esse tipo de pavimento não é ideal para locais onde a água fica enlameada já que as partículas entopem o material.

Solução sob medida

Já existem pavimentos permeáveis em utilização no Japão, Bélgica, Alemanha e nos EUA. O projeto finlandês teve o mérito de destacar a necessidade de adaptação do conceito às condições climáticas específicas de cada área de utilização, de forma a reduzir custos e maximizar a absorção de água.

No Brasil, os pesquisadores estudam as normas para a utilização do pavimento e formas de incentivar os proprietários de grandes áreas a realizarem a obra. Entre as sugestões estão abatimentos no Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

O custo do asfalto permeável é de 20 a 22% mais alto do que o utilizado hoje, porém a durabilidade é bem maior, estipulada em até 60 anos.

Veja como funciona:

https://www.youtube.com/watch?v=pNJRl6jR8jI

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